O mercado de energia solar no Brasil segue em ascensão e tem demonstrado ser uma peça fundamental na transição energética do país. Com números impressionantes, novas tendências e o apoio de políticas públicas, o cenário para o próximo ano promete avanços ainda mais significativos.
Complexo Solar Marangatu, localizado na cidade de Brasileira, no Piauí. Foto: Divulgação/SPIC Brasil.
O setor de energia solar no Brasil segue em ritmo acelerado de expansão. Em 2025, a projeção é de que mais de 13,2 GW de potência instalada sejam adicionados, elevando o total acumulado para impressionantes 64,7 GW.
Os dados divulgados pela ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica) nesta quarta-feira (11) revelam projeções impressionantes para o crescimento da energia solar no Brasil em 2025. O estudo abrange tanto a geração distribuída quanto a centralizada, reforçando o papel do setor como protagonista na transição energética do país.Conforme as estimativas, esses segmentos combinados devem atrair mais de R$ 39,4 bilhões em investimentos, além de impulsionar a geração de 396,5 mil novos empregos em todas as regiões do Brasil. Outro impacto significativo será a arrecadação extra de R$ 13 bilhões aos cofres públicos no período entre janeiro e dezembro de 2025.A capacidade instalada estimada para o final do próximo ano é de impressionantes 64,7 GW, com aproximadamente 43 GW provenientes de sistemas de micro e minigeração distribuída. Esses sistemas estarão presentes em residências, comércios, propriedades rurais e prédios públicos, democratizando o acesso à energia solar. Já os outros 21,7 GW virão das grandes usinas solares, consolidando o Brasil como um dos líderes globais em energia renovável.Esse crescimento não é apenas um marco para o setor, mas também uma oportunidade única de transformar a matriz energética nacional, reduzindo custos, promovendo sustentabilidade e gerando desenvolvimento econômico.
Rodrigo Sauaia, CEO da ABSOLAR, alerta que 2025 será um ano de desafios para profissionais e empresas que atuam no setor fotovoltaico no Brasil. O cenário macroeconômico apresenta obstáculos como a desvalorização do real e a tendência de alta dos juros, que podem impactar diretamente os custos de importação e financiamento de projetos.Apesar do crescimento acelerado e das projeções otimistas, esses fatores econômicos exigirão maior planejamento estratégico e resiliência por parte do mercado. Empresas do setor precisarão encontrar formas inovadoras de contornar as dificuldades e continuar entregando soluções sustentáveis e acessíveis para consumidores em todo o país.
Apesar das turbulências econômicas previstas para 2025, Rodrigo Sauaia, CEO da ABSOLAR, afirma que não há motivo para alarmes. Ele reforça que a energia solar continuará a desempenhar um papel essencial no Brasil, mantendo seu compromisso com a sustentabilidade e o desenvolvimento econômico.
“O crescimento da energia solar fortalece a sustentabilidade, alivia o orçamento das famílias e amplia a competitividade dos setores produtivos brasileiros. Esses fatores são cruciais para alavancar a economia nacional e para o atingimento dos compromissos ambientais do país” destacou Sauaia.
Essa perspectiva positiva mostra que, mesmo diante dos desafios econômicos, a energia solar permanece como uma solução estratégica para impulsionar o Brasil rumo a um futuro mais sustentável e competitivo.
Com o setor de energia solar em plena expansão, a ABSOLAR definiu prioridades estratégicas para superar os desafios que ameaçam o crescimento sustentável do mercado. Entre os principais pontos, destaca-se a urgência de enfrentar as dificuldades relacionadas à inversão de fluxo de potência nos sistemas de geração distribuída.
Para solucionar esses desafios, a associação defende a aprovação do Projeto de Lei nº 624/2023, que institui o Programa Renda Básica Energética (REBE), e sugere melhorias na Lei 14.300/2022. Essas medidas visam fortalecer o setor, proporcionando maior estabilidade regulatória e incentivo à geração distribuída, que é fundamental para democratizar o acesso à energia limpa.
Na geração centralizada, a ABSOLAR destaca a necessidade de enfrentar o problema do constrained-off – cortes de geração determinados pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Esses cortes afetam os empreendedores, que não têm controle ou responsabilidade sobre a situação, prejudicando a previsibilidade financeira e operacional dos projetos.Com essas prioridades, a ABSOLAR reforça seu compromisso em garantir que o setor de energia solar continue a crescer de maneira sólida, sustentável e alinhada às metas de desenvolvimento econômico e ambiental do Brasil.